1948 (Pampilhosa – Mealhada). Licenciado em História pela Universidade de Coimbra. Iniciou as lides da escrita apenas depois de se aposentar da carreira de bancário. Em 2012 ganhou o Prémio Literário João Gaspar Simões, atribuído pela Câmara Municipal da Figueira da Foz, com o romance Diário de Um Carbonário, publicado em 2014, aqui em nova edição com uma diferente e distinta roupagem. No mesmo ano (2014) ganhou a 15ª. edição do Prémio Literário Dr. João Isabel com o conto O regresso do Artur. Foi-lhe igualmente atribuído o 1.º Prémio da XI edição do Concurso Literário Descobrir Vizela com o conto O Brasileiro de Vizella. Em 2016 publicou o romance A Tomada de Madrid. No ano de 2017 recebeu uma menção honrosa do Prémio Ferreira de Castro de Ficção Narrativa, com o romance A Amazona Portuguesa, publicado em 2018. Com o romance O Regresso a Quionga ganhou o Prémio Ferreira de Castro de Ficção Narrativa 2018.
Como e quando começou a interessar-se por literatura?
Desde que me lembro sempre fui um leitor assíduo. Ainda na juventude “devorei” os autores portugueses dos fins do século XIX, princípio do século XX: Herculano, Almeida Garrett, Júlio Dinis, Eça, Camilo, Silva Gaio, com um comprido ETC. Também os escritores do século passado me provocaram prazer de leituras e grandes voos na minha imaginação. Aquilino, Ferreira de Castro, Carlos Oliveira, Manuel da Fonseca, muitos outros haveríamos que acrescentar.Igualmente escritores brasileiros, russos, franceses e de língua inglesa entraram num vasto rol de autores que me despertaram, alimentaram o prazer de ler.
O que despoletou o seu interesse pela literatura?
Os meus pais que gostavam de ler, o meu avô paterno que possuía uma pequena, mas variada coleção de livros de autores portugueses. As bibliotecas itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian, que todas as semanas levavam à minha porta, na aldeia onde nasci: Pampilhosa do Botão / Mealhada, a oportunidade de ir descobrindo novos filões de leitura.
Como nasceu a paixão pela escrita?
Desde os tempos liceais, com participações em boletins de estudantes e mais tarde na criação de jornais de cariz regional “Caminho” e “Jornal do Centro”.
O que mais o atrai quando escreve?
Fácil questionar, complexo de responder. O fio da história, a linguagem ajustada à época, a teia do enredo, a descoberta do pensar das figuras que participam na ficção.
Por que motivo resolveu escrever livros?
Depois de uma vida profissional longa e intensa, entendi desbravar tarefas que no meu imaginário de desejos sempre estiveram presentes; retornar ao estudo da história (sou licenciado em História pela Universidade de Coimbra) e escrever um livro. A reforma ofereceu o tempo para o cumprimento desses planos.
Qual foi a obra que mais gostou de escrever e porquê?
“Diário de Um Carbonário” o meu primeiro projeto, a entrada no mundo secreto da Carbonária. Em 2012, ganhei com o livro o Prémio Literário João Gaspar Simões, o que me entusiasmou e impulsionou para outros voos. A complexa busca das fontes de uma organização secreta, as leituras de todos os jornais da época transportaram-me para a Lisboa dos primeiros anos do século XX; a miséria, a fome e os sonhos numa dança complexa com epílogos, muitas vezes, violentos. Esta obra agora e depois de uma releitura atenta, de roupagens lavadas, com a inclusão de novos capítulos, aqui está desde junho deste ano, em nova edição, nos escaparates das livrarias.
Em que é que se inspira para escrever um livro?
Entendi escrever romances históricos. Num cenário de imaginação, procuro seguir o curso da história com seriedade e rigor, assim aconteceu no “Diário de Um Carbonário”, na “Tomada de Madrid”, na “Amazona Portuguesa” livros publicados pela Editora Saída de Emergência. Igualmente segui os mesmos princípios no livro “O Regresso a Quionga”, Prémio Ficção Ferreira de Castro, 2018, com apresentação agendada, no Museu Ferreira de Castro, Sintra, para o próximo dia 4 de julho.
Em que momentos do dia escreve habitualmente?
Sou fundamentalmente um madrugador na escrita.
O que desencadeia a escrita em si?
Depois destes anos de trabalho permanente é como oxigénio, determinante.
Quais são as suas referências literárias?
Continuo muito ligado aos clássicos portugueses de toda a minha vida de leituras. Atento aos novos escritores, mas de repente estou preso a folhear “O Crime do Padre Amaro” ou a outro marco nossa literatura
Como vê o mundo atual da literatura em Portugal?
Num Portugal sem hábitos, gostos de leitura, o cenário nunca poderá ter tons otimistas. Escrever e publicar nunca foi tão simples, sobretudo com as edições de autor, mas rasgar as amarras, reunir vontades de editoras e livreiros, conseguir chegar a um grande público são tarefas, barreiras, eriçadas de escolhos, dificuldades, “nãos” desmotivadores.
Para quando um novo projeto editorial?
Como atrás referi, no próximo dia 4 de julho, será lançado o meu mais recente projeto; “O Regresso a Quionga”, uma edição da Câmara Municipal de Sintra.
Agora que já conhece a revista Livros & Leituras, que opinião tem deste projeto editorial sem fins lucrativos?
Mais do que a minha opinião, lavro a promessa de ficar atento a este meritório projeto.
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