domingo, 11 de junho de 2023

As Bombas Que Aterrorizaram Portugal

A Casa das Letras edita amanhã, dia 12 de junho, “As Bombas Que Aterrorizaram Portugal", os Bastidores do Terrorismo contrarrevolucionário no pós-25 de Abril”, de Fernando Cavaleiro Ângelo.

Uma investigação repleta de histórias e de dados até agora desconhecidos, que analisa o Movimento Democrático de Libertação de Portugal (MDLP) dirigido, na parte operacional, pelo comandante Alpoim Calvão e encabeçado, a partir do Brasil, por António de Spínola, durante o período entre 5 de maio de 1975 e 29 de abril de 1976. 

A análise apresentada baseia-se em testemunhos de fontes primárias que desenvolveram atividade em ‘ambos os lados da barricada’, quer no MDLP, quer no serviço de informações militar SDCI – Serviço Diretor Coordenador de Informações; em documentação oficial pertencente ao espólio depositado nos arquivos nacionais, bem como em fontes primárias e secundárias constantes de diversa literatura nacional e estrangeira.

“No final, pode-se concluir que toda esta onda de caos e violência  serviu três propósitos basilares: impedir a expansão e a tomada do poder pelos comunistas; manter uma política que retomasse o controlo sobre as antigas colónias africanas; e distrair as autoridades, para que o crescimento dos negócios ilícitos prosperasse, em matéria de tráfico de armas, divisas, contrabando, entre outros”, escreve Fernando Cavaleiro Ângelo, para quem o comandante Alpoim Calvão parou a atividade após o 25 de novembro de 1975. “Depois disso explodiram umas bombas sem ninguém ter ordenado a sua deflagração Antes dessa data podia dizer que fora ele que as mandara colocar a todas, não desmentindo tal acusação. Depois dessa altura, nem uma ordenou. A situação foi-se resolvendo pelo tempo e pelo diálogo, embora, dentro daquilo que restava do MDLP, houvesse ‘ainda quem continuasse a pôr bombas quase por profissão’. Estes ataques terroristas deram-se devido a alguns desalinhados mais radicais que não concordavam com o projeto inclusivo que primava pela estabilidade democrática do país.”

Fernando Cavaleiro Ângelo nasceu em Cabo Verde em janeiro de 1970 e desempenhou, durante mais de 15 anos, diversas funções nas informações militares, tais como chefe da Divisão de Informações do Comando Naval, diretor do Centro de Análise e Gestão de Dados Operacionais (CADOP), chefe da Secção de África no NATO Intelligence Fusion Centre (NIFC), no Reino Unido, analista de informações na Divisão de Informações Militares (DIMIL), chefe da Secção de Informações Estratégicas e Navais da Divisão de Informações do Estado-Maior da Armada e, mais recentemente, adjunto para os Planos e Projetos na Repartição de Planeamento do Centro de Informações e Segurança Militares (CISMIL). Além de diversos cursos nas áreas das informações e do terrorismo frequentados em alguns serviços de informações militares aliados e na NATO, possui ainda o mestrado em Intelligence and Security Studies pela Universidade de Salford, no Reino Unido. É autor dos livros “Os Flechas – A Tropa Secreta da PIDE/DGS na Guerra de Angola”, “Os Falcões do Biafra – O Envolvimento Secreto de Portugal na Guerra Civil da Nigéria”, e “DINFO – A Queda do Último Serviço Militar Secreto”.

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