Tal como muitos professores, tenho estado atenta, nos últimos meses, à atualidade informativa que diariamente nos relata a situação catástrofica da Educação em Portugal.
Era espectável e previsível termos atingido uma situação que durante décadas recebeu alertas. Muitos docentes são hoje, durante horas a fio, administrativos. As imposições da tutela assim o obriga.
Ao longo desse processo, temos vindo a ser confrontados com uma época de ressecamento teórico e de anulação da inventividade utópica – sintomas de um desastroso conformismo que domina a escola, o lugar que, no entanto, construímos para se renovar a esperança em cada criança que vem ao mundo.
Na educação, a obsessão da imediata aplicação prática retirou espaço à reinvenção de possibilidades através do pensamento.
Os textos reunidos neste livro apresentam ideias e hipóteses sobre o estado da profissão docente, numa tentativa simultânea de sinalizar os perigos que enfrenta e de encontrar os elementos que a poderão salvar.
Alimentam-se da convicção de que a lucidez e a utopia podem acender nos outros o fogo de aprender e revelar a humanidade que há em cada um de nós.
Sílvia Fernandes / Diretora-adjunta - Porto Editora
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