Caiu o Carmo com a Trindade a observar quando escrevi "fazer-se". Pois é, eu também erro. Até Deus errou. Mas, desta vez, não tropecei! O único que tropeçou foi o agressor da Minha Amiga ROSA.
O serginho terá de ter muita atenção aos sabonetes nas casas de banho da prisão. Se eles caírem ao chão quando estiveres a tomar ganho, nunca os apanhes. Os presos são criminosos, mas não perdoam aos mafiosos que maltratam crianças e mulheres!
'Ambas as formulações são correctas, embora alguns professores prefiram o pronome reflexo junto do verbo principal: "Vou lavar-me", "deve fazer-se". A maioria dos especialistas defende, porém, que não pode haver aqui uma regra fixa, variando sempre a colocação do pronome conforme a eufonia e o ritmo da própria frase. Afinal de contas, segundo o estilo de quem escreve. Como pode ser verificado pela variada utilização de uma e outra fórmulas em consagrados escritores da língua portuguesa.
Vejamos, entretanto, um outro exemplo sugerido pela consulente Cristina Cruz: "Vou deitar-me" ou "vou-me deitar"?; "quero queixar-me" ou "quero-me queixar"?
A isto responde assim o dr. José Neves Henriques:
«O verbo reflexo é apenas deitar, e nunca vou. Mas ambas as frases estão correctas. Erra quem ensina que só é correcto "vou deitar-me", porque o pronome reflexo (ou reflexivo) me pertence a deitar e não a vou.
«De facto pertence, mas a forma verbal vou atrai a si o pronome. E se precedermos a frase dum advérbio, como por exemplo não, o pronome me ainda recua mais:
Não me vou deitar
Soa um pouco melhor do que:
Não vou deitar-me.
«Há casos em que a diferença entre as duas frases é ainda maior.
«Ora comparemos:
Isto deve fazer-se assim.
Isto deve-se fazer assim.
Isto não deve fazer-se assim.
Isto não se deve fazer assim. '
in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa com Mário Gonçalves
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