Queremos ter um museu mais ativo e que possa dar a visibilidade merecida a este escritor que tanto fez por Angola", disse à Lusa o diretor da Casa Museu, Sidónio Domingos, agradecendo à família pelo gesto, após vários anos de negociação.
Nascido a 17 agosto de 1909, filho de pai português, oriundo da Guarda, e de mãe angolana, natural de Luanda, Óscar Ribas começou a escrever muito cedo e publicou a sua primeira obra, "Nuvens que passam", aos 18 anos.
Do espólio que passará a integrar agora a Casa Museu, proveniente de Portugal, onde morreu em 19 de junho de 2004, constam originais das suas obras e alguns inéditos ainda por publicar, bem como correspondência trocada com escritores e outras personalidades da época.
Em 1948, o escritor lançou 'Flor de Espinhos', já depois de ter perdido a visão por complicações de saúde, aos 36 anos, e em 1951 edita o que Sidónio Domingos apresenta como "primeiro romance folclórico angolano", Uanga - Feitiço, que lhe mereceu na altura a Menção Honrosa da Agência-Geral do Ultramar (Agência Geral das Colónias), entidade do Estado dedicada a comunicação e propaganda do império colonial português, incluindo concursos literários.
No total, Óscar Ribas publicou 17 obras em que ilustra as suas preocupações com questões etnográficas, as vivências culturais e a preservação da identidade angolana, adiantou o responsável da Casa Museu, salientando também o seu trabalho de recolha das tradições orais.
Lusa
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