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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

José Luís de Sousa Dias Cordeiro: "O interesse pela literatura nasceu em mim quando comecei a ler, na Escola Primária"



José Luís de Sousa Dias Cordeiro nasceu a 13 de abril de 1963, em Santarém - Portugal.
É professor de Português dos ensinos Básico e Secundário e atualmente leciona no Agrupamento de Escolas Dr. Vieira de Carvalho, na Maia. Mora em Águas Santas, distrito do Porto
.
Tem as seguintes obras publicadas: Transparências da Alma, Poesia, 2010; Mar de Sonhos, Mar de Vidas, Poesia, 2011; Amar Além Mar, Prosa Poética, 2012; A Esperança da Tristeza (em coautoria com Paulo Maia Domingues), 2013; 16 Autores, coletânea editada em 2015, com o intuito de divulgar novos autores, em que participou com três textos em prosa; Esperei Uma Vida, prosa, 2016; Sou Conto, Sou Poema, coletânea editada em 2017, com o intuito de divulgar novos autores, em que participou com três poemas; Tudo o que te disse, prosa e poesia, 2018; Como e quando começou a interessar-se por literatura?

O interesse pela literatura nasceu em mim quando comecei a ler, na Escola Primária. Nessa altura não sabia o que era a literatura, sei apenas que adorava ler… e lia com todo o prazer os textos que vinham nos manuais. Depois, já adolescente, comecei a ler os livros que as carrinhas da Biblioteca Itinerante Calouste Gulbenkian me emprestavam e que eu devorava, por vezes até lia mais do que uma vez cada livro.

O que despoletou o seu interesse pela literatura? 

O meu interesse pela literatura foi despoletado pela forma como eu conseguia ver para lá das letras, das palavras, das frases. Para cada texto, para cada livro eu imaginava um mundo e ao longo do tempo esse interesse foi aumentando de tal forma que me sentia triste se não tivesse nada para ler.

Como nasceu a paixão pela escrita? 

Mais do que paixão (sentimento efémero), a escrita é um amor que me mantém vivo. É um amor que nasceu também na escola primária e que depois cresceu com o meu próprio crescimento, nomeadamente quando os professores de Português elogiavam os meus textos e os liam para os meus colegas. É um amor inexplicável que me absorve tanto que chego a sofrer se não escrevo.

O que mais o atrai quando escreve? 

Quando escrevo sinto que sou transparente, que mostro a minha essência, que chego mais facilmente aos outros, que consigo passar a mensagem que só a minha alma sente. O que me atrai no processo de escrita é a capacidade de me “despir” completamente e com as palavras poder voar para universos tão distantes e, ao mesmo tempo, tão próximos que seria impossível fazê-lo sem as palavras. Também me atrai a possibilidade de perceber que os outros se identificam com os meus textos, sejam eles pequenas reflexões, poemas ou textos em prosa.

Por que motivo resolveu escrever livros? 

Escrever livros nunca foi um sonho ou uma ambição. Isso aconteceu porque no lançamento de um livro de um aluno da escola onde lecionava na altura fui apresentado à representante da editora e a pessoa que me apresentou referiu que eu também escrevia, mas que por timidez não mostrava a muita gente. Proporcionou-se o envio de alguns poemas para essa editora e passados alguns meses o meu primeiro livro, Transparências da Alma, foi publicado. Claro que para isso tive o incentivo e o apoio de alguns amigos e tive que esquecer a tal timidez…

Qual foi a obra que mais gostou de escrever e porquê? 

Não consigo destacar o título do livro que mais gostei de escrever, pois todos eles refletem situações diferentes, com as suas especificidades. Isso é o mesmo que perguntar-me de qual dos meus filhos gosto mais… o amor que tenho por ambos tem a mesma “medida”. Assim acontece em relação aos meus livros, gosto de todos por igual.

Em que é que se inspira para escrever um livro? Para responder a esta questão interessa, em primeiro lugar, saber o que é a denominada “inspiração”. Para mim é um conceito inexistente, não acredito na inspiração para escrever… acredito antes numa vontade súbita, incontrolável e inexplicável de escrever. Se isso é inspiração então essa vontade que surge em mim aparece ligada aos mais diversos fatores que me rodeiam: pessoas, natureza, mar, sentimentos, objetos; até as próprias palavras desencadeiam em mim essa força incontrolável.

Em que momentos do dia escreve habitualmente? 

Ao contrário de alguns escritores que têm um horário específico para o processo de escrita, eu não tenho momentos do dia para escrever. Escrevo nas mais diversas situações, desde que surja a tal vontade incontrolável. Por exemplo, já me aconteceu estar a dormir e, no sono, ouvir algumas palavras que me fizeram acordar, levantar e escrever. Por isso, escrevo de manhã, de tarde, de noite… só preciso de algo para registar as palavras que me surgem naturalmente e esse algo pode ser um papel ou até mesmo o telemóvel.

O que desencadeia a escrita em si? 

A escrita desencadeia apenas a vontade de não parar de escrever, é um processo tão apaixonante que se torna viciante. Também me provoca a vontade de escrever cada vez melhor, mas isso só os meus leitores poderão dizer…

Quais são as suas referências literárias? 

Para além dos clássicos (Camões, Pessoa, Sophia e Eça), creio que as minhas maiores referências são os autores que me fazem sentir minúsculo perante a grandiosidade da sua escrita: Valter Hugo Mãe, José Saramago, José Luís Peixoto, Florbela Espanca, Eugénio de Andrade e Agustina Bessa-Luís.

Como vê o mundo atual da literatura em Portugal? 

A literatura em Portugal é, infelizmente, um grande oceano para as editoras e um minúsculo riacho para os escritores

Para quando um novo projeto editorial? 

O facto de estar ligado a um projeto de apoio à edição de autor sem quaisquer fins lucrativos enche-me de satisfação e faz com que eu não queira parar de escrever. Esse grupo do Facebook (o Autor Publica) tem, além da minha modesta colaboração, dois grandes motores humanos, ou seja, dois seres excecionais: o Paulo Maia Domingues e a Margarida Costa. Praticamente todos os anos tem saído um livro meu com o apoio do Autor Publica. Por isso, já no próximo dia 23 de março será lançado mais um livro meu (desta vez só de poesia, cujo título é Nos instantes da vida me perco) e já ando a trabalhar no do próximo ano que, em princípio, será integralmente composto por textos em prosa.

Agora que já conhece a revista Livros & Leituras, que opinião tem deste projeto editorial sem fins lucrativos? 

Todos os projetos que existam para divulgar, apoiar, reconhecer o trabalho dos autores é sempre algo importante e, sendo assim, é sem dúvida gratificante reconhecer que projetos como este fazem todo

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