Numa
ilha cheia de flores e de crioulas bonitas, situada a meio do oceano Atlântico,
nasceu um menino que não tardou a revelar-se poeta. Mas ele não era poeta
apenas graças às belas canções que compunha, e que na sua terra se chamavam
mornas; era-o também porque jamais se vergava à prepotência dos poderosos e
porque defendeu com toda a veemência os direitos do seu povo e a dignificação
da sua língua nativa – o crioulo.
Grande admirador da cultura
portuguesa e da cultura universal, que chegavam à ilha de navio, em vagas
sucessivas de livros, foi sempre sua intenção elevar a instrução e a cultura do
seu povo, para o libertar do obscurantismo e da escravidão. Exilado, preso,
incompreendido pelos medíocres e pelos corruptos, a frontalidade e a
determinação nunca o abandonaram.
Acarinhado pelo povo, que lhe
chamava afetuosamente Nhô Tatai, ao partir deixou atrás de si, como uma
estrela, um rasto de Luz, e o título de «Príncipe das Ilhas de Cabo Verde».
Até aos dias de hoje, quando se ouve uma morna, é um pedaço da sua alma que vem
acariciar o povo da sua terra...
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