A investigação do autor, Paulo Drumond Braga é muito interessante e dedicada. Ao longo de quase 300 páginas, este especialista em história, com vários livros publicados neste género, não avança sem salvaguardar ao leitor toda a defesa da sua sólida argumentação baseada em documentação de suporte.
Analisou, a título de exemplo, à distância das suas mãos, as cartas da infanta para o ditador Oliveira Salazar.
Vivíamos uma época em que a família real foi proibida de entrar em Portugal. Mesmo assim, a infanta D. Filipa de Bragança - neta do rei absolutista D. Miguel - conseguiu, com a anuência de Oliveira Salazar, vir a Portugal em 1938 para conhecer a terra de onde os seus antepassados tinham sido expulsos.
Seguiram-se outras visitas até que, em 1946, a infanta instalou-se definitivamente no país, numa casa em Serpins, na Lousã.
Uma vez em Portugal, a infanta empenhou-se pessoalmente em que a monarquia fosse restabelecida - o seu irmão D. Duarte Nuno, era o herdeiro da coroa portuguesa. Para isso, aproximou-se de Salazar: a correspondência entre os dois era frequente, assim como as suas visitas a São Bento e a Santa Comba Dão.
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