Ingredientes:
2
berinjelas
Carne
de vaca/porco picada
Bacon
Chouriço
Azeitonas
sem caroço
Queijo
ralado
Polpa
de tomate
1 cebola
5 dentes de alho
Sal
Pimenta
preta
Azeite
Confeção:
Deve começar por abrir, sobre o comprimento, as berinjelas em duas partes e colocá-las a cozer em água e sal. Retire a polpa com a ajuda de uma faca e reserve. Entretanto, refogue a cebola e os alhos muito bem picados. Junte o louro, o bacon e o chouriço cortados em cubos. De seguia, adicione a carne picada, a polpa de tomate, a polpa da berinjela e as azeitonas, também elas bem picadas. Tempere com sal e pimenta a gosto e envolva todos os ingredientes. Deixe ferver durante 5 minutos e recheie as metades das berinjelas com o preparado. Coloque-as num tabuleiro, polvilhe com queijo ralado e leve ao forno durante 10 minutos. O objetivo é o queijo derreter.
História:
Gabriel
José García Márquez convidou-me, hoje, para jantar e serviu-me umas espetaculares
berinjelas recheadas. Enquanto cozinhava, o Nobel da Literatura foi recordando
algumas passagens de “Amor em Tempo de Cólera”, onde a leguminosa se torna uma
verdadeira dor de cabeça para uma das protagonistas deste romance: a Fermina.
O
livro é uma história de amor entre Fermina Daza e Florentino Ariza. Durante alguns anos, a
sua relação cingia-se à troca de cartas de amor, até que o telegrafista a pede em
casamento. Inicialmente, hesitou, mas acabou por aceitar com uma condição: que
ele nunca a obrigasse a comer berinjelas. A jovem vivia ainda um trauma de
infância, depois do seu pai a ter obrigado a comer um enorme prato de berinjelas,
que segundo ela, ainda por cima, têm a cor do veneno.
O
pai de Fermina era terrível e não vacilava. Um dia, descobre as cartas de amor
e leva a filha para longe do seu amado. Durante algum tempo, ainda trocam
algumas cartas, até que o amor arrefeceu e Fermina acaba por casar com um
médico. A felicidade reinava entre os dois, até ao dia em que a jovem descobre que a sua
sogra era louca por berinjelas. Cozinhava o legume todos os dias em homenagem
ao seu falecido marido. Já imaginaram o que se passava? Fermina era convidada a comer as berinjelas que
ela tanto detestava.
Garcia
Márquez, tu és mau!... Que trauma, cara Fermina. Olha, as que confecionei na Toca
da Lebre estavam espetaculares. Que o diga quem as provou e gostou. Não queres
provar as berinjelas, Fermina?
Nota: confecionar este prato e publicá-lo aqui nas Receitas Literárias é também uma homenagem que faço a este grande escritor mexicano, pai de Cem Anos de Solidão. Garcia Márquez foi um dos escritores mais influentes do século XX. Está traduzido em dezenas de línguas e vendeu milhões de livros em todo o mundo.
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