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quinta-feira, 13 de abril de 2023

2010: A mesa no Bairro Alto onde José Saramago lia, escrevia e comia pataniscas

O escritor José Saramago, falecido em 2010, era cliente habitual do restaurante Farta Brutos, no Bairro Alto, em Lisboa. Nesta casa de comida tradicional portuguesa cuja origem remonta ao início do século XX, o Prémio Nobel da Literatura estendia frequentemente os almoços pela tarde fora. Lia, tomava notas e escrevia na mesa preferida, ao canto da sala, que conserva uma placa em memória do escritor. 

O mundo das letras fica mais pobre a 18 de junho de 2010, com o anúncio da morte de José Saramago. O escritor português faleceu na casa onde vivia com a esposa Pilar del Río, na ilha espanhola de Lanzarote, aos 87 anos. Não resistiu a uma “múltipla falha orgânica", após doença prolongada, e "esteve acompanhado pela sua família, despedindo-se de uma forma serena e tranquila", escrevia na altura a página da Fundação José Saramago.

Natural de Azinhaga, na Golegã, e autor de obras intemporais como “Memorial do Convento”, “A Jangada de Pedra”, em 1986, “O Evangelho segundo Jesus Cristo” ou “Ensaio Sobre a Cegueira”, publicado em 1995, recebeu muitas distinções, como o Prémio Camões e o Prémio Nobel da Literatura, em 1998.

No livro de condolências, Francisco Oliveira escrevia ao saudoso amigo: “José, se lhe apetecer umas pataniscas, escreva-me”. Francisco foi co-proprietário, com o sócio Ramiro Silva, do histórico restaurante Farta Brutos, em Lisboa, que funcionou quase como uma extensão da casa do Nobel português.

In Expresso

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