A Dom Quixote edita na próxima terça-feira, 18 de abril, “Agente Sonya”, do jornalista e historiador britânico Ben Macintyre, a história real da mais extraordinária espia da II Guerra Mundial.
Ursula Kuczynski Burton (1907-2000), também conhecida como Ruth Werner, igualmente tratada por Agente Sonya, era especialista em comunicação por rádio, espiã e terminou os seus dias como escritora de grande sucesso na Grã-Bretanha do pós-guerra.
Por detrás da vida banal no campo inglês, recrutava físicos nucleares para construírem a bomba atómica para a União Soviética e dirigia algumas das operações de espionagem mais perigosas do século XX. Perseguida por nazis, chineses, japoneses, o MI5, MI6 e o FBI, nunca foi apanhada.
Durante décadas, a coronel do Exército vermelho, Ursula Kuczynski Burton, dirigiu uma rede de espiões comunistas infiltrados no seio do programa britânico de investigação de armas atómicas, transmitindo a Moscovo informações que acabariam por permitir à União Soviética construir a bomba atómica.
Ursula vivia numa pacata aldeia da região verdejante de Cotswolds, no centro de Inglaterra; os seus “scones” faziam inveja a todos os habitantes de Great Rollright.
Na sua vida paralela e secreta era parcialmente responsável pela manutenção do equilíbrio de poder entre o Leste e o Ocidente e (acreditava ela) pela prevenção da guerra nuclear ao roubar os dados científicos do armamento atómico de um lado e dar ao outro. Quando subia para a sua bicicleta com o bloco de senhas de racionamento e os sacos de compras, Mrs. Burton ia, afinal, à procura de segredos letais.
A mulher esbelta e elegante, que vivia com os três filhos e o marido, que trabalhava nas imediações como maquinista (e também era espião), era afetuosa, mas reservada, e falava inglês, com um ligeiro sotaque. Parecia viver uma vida simples, até humilde. Os vizinhos jamais desconfiaram que, na verdade, era uma oficial de alta patente da espionagem soviética, comunista convicta, e que ela comandava uma poderosa rede de agentes a operar na Europa.
Através dos diários e de correspondência privada, o reputado historiador e jornalista britânico faz agora a biografia da única mulher que, durante décadas, sobreviveu e prosperou como espia num mundo de homens, mas que simultaneamente foi esposa, mãe de três filhos e coronel no exército vermelho.
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