O Jornal de Angola publicou ontem, dia 27 de junho, um suplemento especial sobre o facto de existir muita falta de livros em Angola.
Aliás, no passado dia 9, o Secretário de Estado da Reinserção Social de Angola, Lúcio do Amaral, destacou isso mesmo, numa reunião, em Lisboa, com os diretores da REVISTA LIVROS & LEITURAS: Mário Gonçalves, Pedro Nogueira Simões e Leonel Guilherme.
O ideia seria alargar o projeto BOOKS ON THE WAY em Angola.
Recorde- que o projeto BOOKS ON THE WAY visa colocar os livros em MOVIMENTO pelo MUNDO.
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"A província do Uíge tem apenas uma biblioteca pública, instalada num dos compartimentos do Museu Etnográfico do Uíge, onde os estudantes e outros leitores têm afluído em busca de novos conhecimentos e resultados de temas académicos e científicos.
A escassez tem preocupado a classe acadêmica e a juventude em geral, interessada na pesquisa bibliográfica. Manuel Pedro, um dos jovens leitores, disse, segunda-feira, ao Jornal de Angola, que a falta de bibliotecas públicas que facilitam a ocupação dos tempos livres da juventude, bem como a investigação de vários temas científicos, tem sido preocupação, uma vez que o mundo está em constante evolução e a ciência segue a dinâmica e exige dos homens a investigação constante.
O responsável da biblioteca pública no museu etnográfico do Uíge, Aguinaldo Kalanga, disse que diariamente a biblioteca regista mais de 50 leitores e pela procura que se verifica, quase que já não corresponde à demanda. "A biblioteca é de acesso público e tem diversos manuais desde a literatura académica, livros infantis em formatos físico e digitais, bem como outras obras científicas. O acesso é gratuito mas lamentamos, por ser o único espaço público de leitura, nos últimos momentos já não corresponde à demanda dos leitores”, disse.
Aguinaldo Kalanga referiu que, recentemente, a biblioteca beneficiou de alguns livros doados pelas madres da Igreja Católica e do governo provincial, gesto que ajudou bastante a enriquecer as obras, por isso, solicitou às demais instituições públicas e pessoas singulares para que sigam o mesmo exemplo.
A insuficiência de bibliotecas públicas na cidade do Uíge tem levado vários estudantes e investigadores a percorrem longas distâncias à procura, muitos deles, têm estado a recorrer às bibliotecas das Instituições do ensino superior, como o ISCED e Kimpa Vita na cidade do Uíge.
O chefe do departamento da biblioteca central do ISCED do Uíge, Custódio Faria, indicou que a procura tem sido maior, mensalmente são atendidos mais de 1.600 leitores, tendo disponíveis 8.594 obras científicas diversas. O também docente da instituição, justificou que a procura é maior, pelo facto da província do Uíge não possuir mais bibliotecas públicas com obras de qualidade desejada.
"A biblioteca tem estado a minimizar naquilo que é mais importante em obras científicas, os livros têm normas de aquisição que muitas vezes baseia-se em compras, ofertas, em permutas com outras universidades, no caso de doações muitas das vezes chega-se a ter em posse material que é de outras especialidades como no caso de livros de economia”, disse.
A propósito, grande parte dos livros que se encontram na instituição, é requisitada por cada área do saber através dos vários departamentos que a instituição tem, como o das ciências da natureza, exactas, ciências sociais e letras modernas. "Temos como ambição, atingir até 50 mil obras científicas, por isso, solicitamos o auxílio de várias instituições ministeriais para satisfazermos a demanda dos leitores”, disse.O director do gabinete provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos no Uíge, Manuel Domingos, considerou ser uma preocupação a insuficiência de biblioteca no Uíge, mas avançou que projectos estão em carteira e outros em curso para a construção de bibliotecas públicas tendo em conta a necessidade no mercado literário.
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Responsaveis locais reconheceram haver também insuficiência de livros na biblioteca pública, por isso, incentivou os estudantes, docentes e investigadores científicos a produzirem mais obras para enriquecer o músico literário do Uíge, uma vez que na actualidade, o público leitor está cada vez mais exigente.
Face a essa insuficiência, apontou a construção da mediateca provincial, cujas obras encontram, se a bom caminho, como sendo uma solução para começar a mitigar a procura de bibliotecas. "Neste momento, o Uíge, não tem uma biblioteca virtual como tal, mas temos alguns ciber que têm servido de recurso na pesquisa de vários temas, mas estamos em crer que bons dias estão para breve”, disse"
In Jornal de Angola
Com Leonel Guilherme / Angola
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