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quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Os Reinegros

A Editorial Caminho continua a publicar a obra de Alves Redol e lança agora em setembro, o romance Os Reinegros, obra publicada originalmente em 1972 e que volta esta semana às livrarias.

Este é um romance póstumo de Alves Redol e retrata a época conturbada da transição da monarquia para a república, com a principal personagem, Reinegro, trabalhador na estiva das embarcações, que acredita que a vinda da nova ordem social o libertará da exploração a que está sujeito.

Os Reinegros parecia-me um grande passo em frente, depois de Gaibéus, Marés e mesmo Fanga: pela excelente integração da documentação na efabulação romanesca (…), pelo grande fôlego narrativo, pela visão política, sobretudo, para mim, pela simplicidade fluente da escrita (…) e se esse livro tivesse sido publicado na altura própria, a sua obra e o próprio romance neo-realista seguiriam porventura desde logo, ao menos nalguns caos, um rumo diferente.”

Mário Dionísio

Alves Redol

Escritor português, natural de Vila Franca de Xira, António Alves Redol nasceu a 29 de dezembro de 1911 e faleceu 29 de novembro de1969. Figura central do Neorrealismo português, foi autor de uma vasta obra ficcional, que inclui o teatro e o conto. Filho de um pequeno comerciante ribatejano, obteve um curso comercial e, cedo, teve de se iniciar no mundo do trabalho. Ainda jovem, partiu para Angola à procura de melhores condições de trabalho, mas lá conheceu a pobreza e o desemprego. De regresso a Portugal, à capital, desenvolveu várias atividades profissionais e enveredou nos meandros da oposição ao Estado Novo ingressando no Partido Comunista. De início, tornou-se colaborador do jornal O Diabo, mas a sua veia literária acabaria por se manifestar em 1939. Empenhado na luta de resistência ao regime salazarista, compreendeu a literatura como forma de intervenção social e, nesse mesmo ano, surgiu o seu primeiro romance, Gaibéus, cujo assunto, relacionado com problemas sócio-económicos vividos pelos ceifeiros, fez desta obra o marco do aparecimento do Neorrealismo. A sua literatura não se caracteriza pela escrita de histórias ficcionadas, mas essencialmente pela abordagem da realidade social e de experiências vividas.

By Editorial Caminho

domingo, 9 de julho de 2023

Exercícios e linguagens

Exercícios e Linguagens é o novo livro de poesia do angolano João Melo e a sessão de apresentação decorrerá no dia 11 de julho (terça-feira), às 18h30, na Livraria Buchholz, em Lisboa. O livro será apresentado por António Carlos Cortez.

Exercícios e Linguagens é o título da quinta e última antologia poética temática do poeta, contista, romancista, cronista e ensaísta angolano João Melo, autor da CAMINHO, cobrindo a sua poesia produzida entre 1970 e 2020. O volume, que acaba de ir para as livrarias em Portugal, representa uma das vertentes identificadas pelos críticos na poesia do autor, a saber, a sua linha experimentalista, assente numa busca multiforme de todas as possibilidades criativas do texto.

Habitualmente referenciado pelo seu compromisso político-social, assim como pelo seu posicionamento na complexa questão identitária angolana, João Melo denota igualmente, segundo observa o professor de literaturas africanas Francisco Soares, uma assumida “preocupação com o fazer literário, a precisão, a concretude, a busca da nudez verbal, que o afastou de uma certa tendência para o discursivismo”.

Escritor permanentemente inconformado, João Melo publicou um total de 23 títulos. Em Portugal, a CAMINHO publicou até agora sete livros de contos, cinco de poesia e um romance do referido autor angolano. Está também publicado no Brasil, Cuba, Estados Unidos e Itália.

No Brasil, está neste momento no prelo mais um dos livros do autor: “O perigo amarelo e outros contos”. E acaba de ser publicado no Reino Unido pela EUROPA EDITIONS um volume dos seus contos selecionados e traduzidos pelo conhecido tradutor norte-americano Clifford E. Landers. Ainda este ano, será publicado em Espanha pela editora LIBROS DEL AIRE o seu livro de poesia “Quita la rodilla de mi cuelo” (2021), traduzido pela poeta colombiana Lauren Mendinueta.  Estão ainda em curso traduções de algumas das suas obras na República da China, França, México e Tunísia, prevendo-se a sua publicação para o ano de 2024.

domingo, 18 de junho de 2023

Estranha Vida dos Ausentes


A Estranha Vida dos Ausentes é o novo livro de contos de José Viale Moutinho e já está nas livrarias.

Neste livro José Viale Moutinho reúne uma vasta e heterogénea seleção de contos «Numa escrita extremamente ágil e cheia de novidades surpreendentes para o leitor, mas sempre eficientes do ponto de vista da expressão. 

Viale Moutinho transpõe o real para um quase surreal de amargura e grosseria, para uma nova pauta onde a realidade resulta extremada, mas não caricaturada, e muito menos negada. 

Nisso, mas não só nisso, aqui tem o leitor verdadeira prosa e verdadeira prosa portuguesa.»

(PEDRO TAMEN, Expresso)

JOSÉ VIALE MOUTINHO nasceu no Funchal. Duas vezes recebeu o Grande Prémio do Conto Camilo Castelo Branco, como reconhecimento da sua obra de narrador – Cenas da Vida de um Minotauro e Monstruosidades do Tempo do Infortúnio, em 2000 e 2018. Pela reunião da sua poesia em Os Cimentos da Noite (1975- 2018), mereceu o Prémio D. Diniz. É ainda autor de uma fotobiografia de Camilo (Menção Honrosa do Prémio Grémio Literário) e de outra bibliografia camiliana.

 Assim como de diversos estudos e antologias sobre Literatura Popular, tendo ainda trabalhos sobre a Guerra Civil de Espanha e os campos de concentração nazis, bem como extensa obra infanto juvenil. 

A sua carreira literária mereceu ainda o Prémio Rosalia de Castro, do Pen Clube da Galiza e o Prémio Inez de Castro, da Fundação Inez de Castro. Os seus últimos títulos são A Peste no Seu Esplendor e Escritos Goliardos

Tem obras traduzidas em russo, inglês, catalão, asturiano, búlgaro, romeno, italiano, etc.

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Pedra Branca recebe Prémio Literário Miguel Torga

Pedra Branca. Rosa Feldman.Uma História de Vida do Século XX, de Ethel Feldman e Miguel Vale de Almeida, editado o ano passado pela Caminho, acaba de ser distinguido com o GRANDE PRÉMIO APE DE LITERATURA BIOGRÁFICA MIGUEL TORGA.

O júri, coordenado por José Manuel Mendes, constituído por Cristina Robalo Cordeiro, Fernando Batista e Helena Carvalhão Buescu, atribuiu, por unanimidade, o Grande Prémio de Literatura Biográfica Miguel Torga APE/Câmara Municipal de Coimbra ao livro Pedra Branca, de Ethel Feldman e Miguel Vale de Almeida.

Em comunicado, a APE refere que o júri fundamenta a sua escolha: «… esta obra apresenta uma riqueza e uma originalidade que vão além da questão do género, que a sua forma coloca – e que aliás a própria designação do prémio acolhe. Entendido como uma “experimentação”, desconfiando da “ilusão biográfica”, este livro toca num ponto essencial e sensível: o do valor absoluto da pessoa humana, num contexto histórico complexo, fora de qualquer brilho ou notoriedade.

Trata-se de um excelente exemplo de como a biografia de uma época (grosso modo, o século XX) se casa na perfeição com uma história pessoal de vida, que faz da biografia de uma pessoa (Rosa) um retrato de uma família e um retrato social (conjugado com o seu ethos). As duas perspectivas diferentes, uma mais pessoal e outra de cariz antropológico, conjugam-se aqui de forma complementar e enriquecedora. Livro muito bem escrito, oferece uma narrativa biográfica de grande finura, e com significativo alcance sociopolítico, além de pessoal e étnico.»

Nesta 3.ª edição da Grande Prémio de Literatura Biográfica Miguel Torga, uma iniciativa conjunta da Associação Portuguesa de Escritores e da Câmara Municipal de Coimbra, concorreram 21 obras, publicadas no ano de 2022.

Em comunicado a APE refere ainda que a cerimónia de entrega do prémio vai ter lugar no próximo dia 4 de julho, Dia da Cidade, em Coimbra.

segunda-feira, 29 de maio de 2023

A Arte da Fuga



A Arte da Fuga. 25 Anos Depois, de Daniel Sampaio chega às livrarias a 30 de maio.

Nesta versão aumentada da publicação de A Arte da Fuga, editado originalmente há 25 anos, o psiquiatra Daniel Sampaio volta ao protagonista dessa edição, um homem que pediu ajuda para a cura de uma pulsão violenta que o levava à violência doméstica. Com revelações, de certo modo surpreendentes, próprias da relação médico-doente, num caso de saúde mental.

A Arte da Fuga. 25 anos depois é um livro sobre a intimidade, experiência emocional só possível com proximidade face a outro, partilha de sentimentos entre duas pessoas e maturidade construída ao longo de uma viagem.

Nesta obra, fala-se de afetos positivos e negativos, de comunicação clara e paradoxal, de espaços privados e de serviços psiquiátricos públicos. 

A edição revista e aumentada, permite-nos regressar a estes temas, sempre atuais, e ter o raro privilégio de revisitar os seus protagonistas passados 25 anos. A viagem continua. (nas livrarias 30 maio).

sexta-feira, 28 de abril de 2023

A Minha Árvore Secreta


Livros do escritor David Machado e do ilustrador David Pintor, editados pela Caminho, distinguidos com Selo Caminhos de Leitura 2022 que pretende premiar a melhor literatura infantil em português.

O Município de Pombal e o Observatório de Leitura distinguiram os livros "Os Reis do Mar", de David Machado e "  ,,

O Observatório de Leitura, projeto do Município de Pombal, através das Unidades de Cultura e Projetos Educativos - Biblioteca Municipal, atribui o Selo Caminhos de Leitura, um dos prémios portugueses mais recentes na área da literatura para a infância e juventude e que pretende premiar o que de melhor se escreve em português para crianças e jovens.

Dividida em 4 categorias (Distinção, Seleção, António Torrado - Menção Honrosa e Brasil), a atribuição dos Selos está associada aos seguintes critérios de avaliação: qualidade do texto, ilustração, projeto gráfico das obras, abordagem de temáticas inovadoras, criatividade e qualidade da tradução.

As distinções foram apresentadas no Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor.

In Caminho 

sábado, 22 de abril de 2023

Estendais

Nas livrarias a partir do dia 25 de abril

Estendais, o livro de crónicas de Gisela Casimiro que a Caminho agora edita vem, como a própria autora descreve, "do cerne, do coração, do estômago, do amor, da observação de estendais e pessoas". Um livro sobre o mundo que chega às livrarias no dia 25 de abril.

A sessão de apresentação decorrerá na Livraria Almedina Rato, no dia 11 de maio (quinta-feira), pelas 18h30. O livro será apresentado pela actriz Cláudia Semedo e pela jornalista Lia Pereira.

«Em todas as histórias, a Gisela está em si, buscando o outro. “Fiz de perder o meu ofício”, resume algures. “Às vezes perco tempo a observar as pessoas e perco uma boa fotografia”, observa noutra página. “E a menina, escreve sobre Portugal ou sobre África?”, perguntam-lhe no metro. "Sobre o mundo", responde. Sobre o seu mundo, acrescento eu. Um mundo com tanto sentir como saber, onde quem tem um livro, mesmo que pouco mais, tem tudo.»

Lia Pereira

Gisela Casimiro nasceu na Guiné-Bissau em 1984. É autora de Erosão e Giz (poesia), e do texto e dramaturgia de Casa com Árvores Dentro, espectáculo encenado por Cláudia Semedo e estreado no Teatro Municipal Amélia Rey Colaço. Participou, entre outras antologias nacionais e internacionais, de Reconstituição Portuguesa (org. Viton Araújo e Diego Tórgo), premiada em Cannes. Os seus textos estão traduzidos para turco, mandarim, alemão, espanhol e inglês. É ainda artista, performer, curadora, tradutora e activista.


sexta-feira, 14 de abril de 2023

E a Noite Roda

E a Noite Roda, de Alexandra Lucas Coelho agora editado na Caminho

Regressa às livrarias no dia 18 de abril, agora editado na Caminho, E a Noite Roda, o primeiro romance de Alexandra Lucas Coelho, publicado em 2012, e que recebeu o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores.

Sobre E a Noite Roda, o júri do prémio APE, disse:

"Raras vezes na ficção portuguesa a sexualidade terá sido tão delicada e concretamente física como aqui."

Luís Mourão / Júri do Prémio APE

"Lirismo e dinâmica narrativa, intensidade expressiva e força evocativa, paisagem íntima e paisagem do mundo, valor documental e capacidade de efabulação (...) local e universal, excesso e delicadeza, descrição crua e refinamento."

Clara Rocha/Júri do Prémio APE

"Fulgor da Línguagem e invenção de mundos narrativos."

Manuel Gusmão /Júri do Prémio APE

ALEXANDRA LUCAS COELHO recebeu o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores com E a Noite Roda. Tem 14 livros publicados, entre romances, não-ficção e infanto-juvenis. Trabalhou dez anos em rádio e vinte no jornal Público como repórter, cronista, editora e correspondente (em Jerusalém e no Rio de Janeiro).
Recebeu vários prémios de jornalismo e de literatura, incluindo o Prémio Oceanos em 2022 por Líbano, Labirinto. Está a fazer para a RTP3 e para a Antena 2 o programa semanal Volta ao Mundo em Cem Livros.

domingo, 2 de maio de 2021

História e Oficiais da História

“Senti-me feliz por haver encontrado um grande escritor”. A frase é de António Lobo Antunes que prefaciou este livro do professor António Borges Coelho.

A obra, chegada esta semana à REVISTA LIVROS & LEITURAS, é de uma riqueza ímpar para melhor se entender a História.

"Um universo diferenciado de artesãos tece e destece a teia inacabada da História, desde o historiador-formiga, por vezes esmagado pelo peso de um novo documento, ao alfageme que afia a lâmina dos conceitos, ao inventor de novos instrumentos, ao arquiteto que, com maior ou menor engenho, traça o risco, dispõe as colunas que suportam os tijolos das palavras.

O manipulador do tempo vem de uma marcha milenar. Velho guardião da Memória, irmão da Epopeia e da Tragédia, glorificador da Comunidade e do Poder, tabelião da verdade consumível ou levita que desce às catacumbas e liberta verdades oprimidas, o historiador torna conhecido o desconhecido, na descoberta do erro estende os patamares da verdade. Encontra novos sentidos mesmo sem sentido no processo humano. Retifica e altera a visão recebida. Revela, exalta, incomoda."

Borges Coelho, além de professor universitário, foi e é um excelente investigador da História de Portugal. Aliás, está em curso – pela sua mão – uma nova versão da nossa História.

Mas, afinal de contas, quem são os oficiais da História que aqui encontramos? O autor começa com um capítulo, todo ele dedicado a Fernão Lopes. Gostei particularmente das abordagens que faz à linguagem e às fontes. Segue-se Rui de Pina com a Crónica a D. Duarte. Já João de Barros merece uma exposição mais prolongada. A passagem que retrata a ortodoxia e a heterodoxia é muito interessante. E claro que não poderia faltar aqui o nosso Alexandre Herculano, autor de uma versão da História de Portugal. Destaco o instante em que António Borges Coelho aborda o pensamento filosófico e histórico de Herculano. Seguem-se Arnold Toynbee, Vitorino Magalhães Godinho; George Duby (Saudades do Duby… Nem imaginam?!) e Jorge Borges de Macedo.

O livro foi editado pela Caminho.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Há Gente em Casa

antes que os lobos acabem
os nossos restos
há que encher as mãos de futuro
e em nome do pão, em nosso nome
entre os dentes
e a voz que desafia
fazer da estrada desfeita
uma espécie de contrário
uma nova poesia.