Poucas mulheres marcaram o século XX português como Maria Armanda Pires Falcão (1917), que ficaria conhecida como Vera Lagoa. De carácter destemido e opiniões fortes, a sua voz livre foi uma lufada de ar fresco no jornalismo.
Na coluna «Bisbilhotices», no Diário Popular de Pinto Balsemão, comentou a sociedade do final do Estado Novo de forma atrevida, mordaz, indiscreta ao ponto de provocar escândalo. No pós-25 de Abril, foi das raras figuras independentes, sem compromisso nem cálculo.
A historiadora Maria João da Câmara recorreu a variadas fontes históricas – entre as quais o arquivo pessoal e testemunhos de familiares, amigos e colaboradores que a conheceram de perto –, para escrever a biografia da menina marcada pela figura trágica do pai à jovem que cedo começa a trabalhar, casa e é mãe; da frequentadora dos ambientes mundanos e artísticos sofisticados da Lisboa do pós‑guerra à criadora «por desespero» do pseudónimo Vera Lagoa.
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