O professor catedrático Paulo Otero apresenta na próxima quarta-feira, 12 de abril, às 18h30, na LeYa na Buchholz, "Monarquia, História, Doutrinas e Heranças", de Carlos Maria Bobone, editado pela Dom Quixote.
Como é que se formou a ideia monárquica no pensamento ocidental, e de que modo é que ela impôs um tipo de sociedade que perdura até ao século XXI, embora em queda? Basta comparar a quantidade de monarquias europeias reinantes no princípio do século XX com a de monarquias sobreviventes hoje para reconhecer que a ideia monárquica sofreu um descrédito político quase absoluto. “O trono que a Europa preferiu durante vários séculos aluiu num fôlego, atirando os seus ocupantes para o caldeirão dos irrelevantes. E se alguns sólios ainda se sustêm, expuseram-se no lugar dos artefactos exóticos e já inúteis, em museus e teatros vivos, mas sem relevância política.
Ora, o que nos cabe mostrar neste livro é que a monarquia se revelou, ao longo da História, uma forma de governo surpreendentemente elástica, que conseguiu retirar, tanto do pensamento político escolástico como do pensamento iluminista, justificação para a sua existência. A sua capitulação galopante ao longo do século XX, a perda de quase todo o seu estatuto político, pode parecer-nos hoje inevitável. A verdade, no entanto, é que a História nos mostrou a extraordinária capacidade dos regimes monárquicos para absorverem as ideias filosóficas mais distintas a respeito dos governos. Daí que seja importante perceber o que é que, depois de tantos abalos, provocou de facto a queda das monarquias."
CARLOS MARIA BOBONE (1992) estudou Filosofia, é alfarrabista na Livraria Bizantina e crítico literário no Observador. É o editor-principal da revista Crítica XXI e publicou recentemente A Religião dos Livros – Alfarrabistas, Livrarias e Livreiros.
Sem comentários:
Enviar um comentário