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sábado, 1 de julho de 2023

Bocage e a ve


BOCAGE E A VENDA DE CAFÉ EM PORTUGAL CRESCE GRAÇAS A ESPANHA

As vendas de café em Portugal atingiram o ano passado 590 milhões de euros, o que representa um crescimento de 8,3% face ao ano anterior, revelam dados divulgados pela consultora Informa D&B.

O principal destino das exportações portuguesas de café é Espanha, com um peso de 27%, à frente da França, do Reino Unido e da Suíça.

Os cafés tem algo de social, mágico e reconfortante. São uma espécie de refúgio. Dá gosto sentar-se e saborear um café quentinho, conversar com uma companhia agradável, ler o jornal ou um livro, ouvir musica ou conversar com amigos.

Vários cafés centenários de Espanha foram testemunhas destes encontros históricos e literários.

Beber um café onde já se sentaram García Iorca, Ernest Hemingway ou Picasso é fascinante. Ao estar na mesa, onde eles se sentaram a beber cafe..., bastará fechar os olhos para imaginá-los nesse lugar

Em Lisboa, tivemos também os nossos escritores e poetas a saborearem o café, enquanto mergulhavam no seu mundo literário. Fernando Pessoa e Manuel Maria Barbosa do Bocage são disso exemplo.

Hoje, ficaremos pelo Bocage. Lisboa ainda recuperava do terramoto de 1755, ocorrido 32 anos antes, e o Café Nicola começou desde o seu início à querer demonstrar que queria ser uma grande atração cultural e literária da capital.

Nem uma guerra civil, o Estado Novo, a queda da monarquia ou as diversas crises financeiras o derrubaram. O Café Nicola ficou imortalizado pela mão do poeta Manuel Maria Barbosa do Bocage.

Vários investidores viram em Lisboa uma oportunidade de negócio, Nicola Breteiro foi um deles. Este italiano decidiu abrir o Botequim do Nicola no sítio a que hoje chamamos Praça D. Pedro IV, no Rossio, em Lisboa.

O Café Nicola passou a ser frequentado pela elite social da capital: escritores, poetas, pintores, advogados, arquitetos, médicos, políticos... A grande atração eram as Tertúlias Literárias dinamizadas pelo Bocage.

Graças a sua grande capacidade de improviso e de comunicação, o poeta, natural de Setúbal, passou muitas horas no Café Nicola a declamar alguns dos seus poemas e a participar em tertúlias literárias. Diz-se até que depois de ter falecido, o seu grupo de amigos continuou a frequentar o Nicola e a organizar tertúlias, homenageado assim Manuel Maria Barbosa do Bocage.

By Pedro Nogueira Simões e Mário Gonçalves 

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