REVISTA LIVROS & LEITURAS

REVISTA LIVROS & LEITURAS, DESDE 2009, À DISTÂNCIA UM DEDO... WWW.REVISTALIVOSELEITURAS.COM...ATUALIZAÇÕES DIÁRIAS TAMBÉM NO FACEBOOK, TIKTOK, YOUTUBE, X E NO INTAGRAM...

quinta-feira, 4 de maio de 2023

O sorriso que salvou a vida de Saint-Exupéry

Uma história verdadeira da vida do autor do Pequeno Príncipe:

O sorriso que salvou a vida de Saint-Exupéry
Um sorriso pode salvar uma vida?

Foi o que aconteceu com o autor de O Pequeno Príncipe, o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry. Durante a Guerra Civil Espanhola, ele, que também era piloto de aviões, foi capturado pelo inimigo. Segundop se conta, ele seria executado no dia seguinte.

Em agonia, enquanto aguardava na cela numa noite interminável, ele buscou um cigarro na bolsa, mas não pode acendê-lo. Faltava-lhe o fósforo, os soldados tinham lhe tirado. A situação fazia com que tremesse de nervosismo.
Naqueles últimos instantes de vida, segundo acreditava, ousou perguntar ao carcereiro:

Por Favor, você tem fósforo?

Impressionado com a ousadia do francês, o carcereiro se aproximou e o fitou. Os olhos se cruzaram e algo aconteceu.
Saint-Exupéry sorriu.

Tempos depois, ao falar sobre aquele dia, o escritor francês afirmou que não sabe por que sorriu, apresentando como única justificativa que “quando se chega perto de outro ser humano é quase impossível não sorrir”.

O carcereiro lhe retribuiu o sorriso, enquanto os dois homens se olhavam. Houve um pouco de hesitação, mas o homem que deveria ser o inimigo de Saint-Exupéry aproximou-se e acendeu o cigarro. No mágico momento, que nem a guerra e o ódio humano conseguiram ofuscar, os dois continuaram sorrindo.
Saint-Exupéry começou a ver o outro como pessoa, e não como um carcereiro.

A pergunta que se seguiu surpreendeu ainda mais o escritor francês.

– Você tem filhos? – perguntou-lhe o carcereiro.

– Sim – respondeu Saint-Exupéry - e tirou da bolsa uma foto das crianças.

O carcereiro retribuiu o gesto, entregando a Saint-Exupéry a foto de seus filhos, além de confessar-lhe todos os seus planos e esperanças para o futuro. O francês teve os olhos cheios de lágrimas, dizendo ao carcereiro que dedicaria seus últimos momentos de vida aos filhos, pois jamais os teria no colo, jamais os veria novamente. O carcereiro se emocionou e não conteve o choro.
De súbito, aconteceu algo surpreendente. Sem gesto ou palavra, o carcereiro abriu a cela e levou Saint-Exupéry para fora do cárcere e foi guiando-o pelas ruas em meio à noite. Depois, sem falar nada, deu meia-volta e retornou.

Quando perguntaram a Saint-Exupéry como escapou de um cárcere, que certamente deveria tê-lo levado à morte, respondeu:

– Minha vida foi salva por um sorriso do coração.

In Vilto Reis (Homo Literatus)

Sem comentários:

Enviar um comentário