Agualusa, há uns anos, estive com o meu amigo Mia Couto, em Lisboa.
Fui buscar o Emílio a um hotel na Avenida da Liberdade para ir intervir num colóquio sobre Literaturas Africanas de Expressão Portuguesa na UAL.
No trajeto para a universidade, disse ao Mia Couto - "Rapaz, um dia, serás Nobel da Literatura". Fartou-se de rir.
Repara nesta cena, Agualusa. Quando cheguei ao hotel com um colega de curso, fomos todos impinogarfos, com camisas passadas a ferro e gravatas bebé. O Mia, ao ver-nos e a verificar que estava vestido como um Homem simples do campo, perguntou-me: "Senhor Mário, estou bem vestido assim...?"
O Mia é um Homem simples, ligado à sua terra e às suas gentes: Moçambique.
Adoro reler a Terra Sonâmbula, por exemplo.
Venero o Mia Couto pela luta que trava na escrita em prol de uma África em sorriso.
Mário Gonçalves | Jornalista
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